SALÁRIO MÍNIMO 2025: Governo assina decreto e garante aumento real para R$ 1.518
Presidente confirma reajuste de 7,5%, acima da inflação, e reforça compromisso com a valorização do trabalho e a distribuição de renda.
Em cerimônia no Palácio do Planalto nesta sexta-feira (30/12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que eleva o salário mínimo para R$ 1.518 a partir de 1º de janeiro de 2025. O reajuste de 7,5% em relação ao valor atual de R$ 1.412 representa um aumento de R$ 106 no bolso de milhões de trabalhadores brasileiros, garantindo um ganho real pelo segundo ano consecutivo.
O evento contou com a presença de ministros de diferentes pastas, como Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e a ministra em exercício da Casa Civil, Miriam Belchior, demonstrando a importância do tema para o governo.
Cálculo do novo salário mínimo: como foi definido o valor?
O novo valor do salário mínimo foi definido com base em uma fórmula que considera a inflação acumulada no ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e um aumento real acima da inflação, vinculado ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
No caso do salário mínimo de 2025, o INPC acumulado nos 12 meses até novembro foi de 4,84%. A esse percentual, somou-se o aumento real de 2,5% definido pelo governo, resultando no reajuste de 7,5%.
Valorização do trabalho e distribuição de renda: o papel do salário mínimo
Durante a cerimônia de assinatura do decreto, o presidente Lula destacou a importância da política de valorização do salário mínimo como instrumento de justiça social e distribuição de renda. “O salário mínimo é mais do que um número, é a garantia de que o trabalho dos brasileiros seja reconhecido e valorizado”, afirmou Lula.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, complementou: “A valorização do salário mínimo é fundamental para fortalecer o mercado interno, gerar empregos e garantir uma vida digna para milhões de trabalhadores e suas famílias”.
Impacto social do reajuste: quem se beneficia do aumento?
O aumento do salário mínimo tem um impacto significativo na vida de milhões de brasileiros. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 59 milhões de pessoas têm rendimentos atrelados ao salário mínimo, incluindo:
- Trabalhadores formais: o salário mínimo é o piso salarial nacional para todos os trabalhadores com carteira assinada.
- Aposentados e pensionistas: o salário mínimo é o valor mínimo pago aos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
- Beneficiários de programas sociais: diversos programas sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o seguro-desemprego, têm seus valores calculados com base no salário mínimo.
Combate à fome e à pobreza: salário mínimo como ferramenta de inclusão social
O aumento do salário mínimo também contribui para o combate à fome e à pobreza, especialmente em um país com as desigualdades sociais do Brasil. Ao garantir um rendimento mínimo para a população mais vulnerável, o salário mínimo ajuda a reduzir a pobreza e promover a inclusão social.
“O salário mínimo é uma das principais ferramentas de combate à fome e à miséria no Brasil. Com esse reajuste, estamos garantindo que milhões de famílias tenham acesso a uma vida mais digna”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.
Nova regra de reajuste e o teto para o aumento real
É importante destacar que o reajuste do salário mínimo para 2025 foi impactado pela nova regra aprovada pelo Congresso Nacional, que estabelece um teto de 2,5% para o aumento real do salário mínimo entre 2025 e 2030. Essa medida visa adequar o crescimento do piso salarial aos limites do novo arcabouço fiscal, que busca garantir a sustentabilidade das contas públicas.
Salário mínimo ideal: ainda distante da realidade brasileira
Apesar do aumento para R$ 1.518, o valor do salário mínimo ainda está longe de ser suficiente para cobrir todas as necessidades básicas de uma família. Segundo o Dieese, o salário mínimo necessário para garantir uma vida digna, com acesso à alimentação, moradia, saúde, educação, transporte e lazer, seria de R$ 6.959,31 em novembro de 2024.
Essa discrepância entre o salário mínimo atual e o salário mínimo ideal revela a necessidade de continuar buscando políticas públicas que promovam o desenvolvimento econômico e social do país, com geração de empregos e renda, para que todos os brasileiros tenham acesso a uma vida digna.
Cesta básica: o poder de compra do salário mínimo nas capitais brasileiras
O Dieese também realiza um levantamento mensal sobre o custo da cesta básica nas principais capitais brasileiras. Com base nesses dados, podemos analisar o poder de compra do salário mínimo em diferentes regiões do país.
Em novembro de 2024, o salário mínimo de R$ 1.412 era suficiente para comprar apenas uma cesta básica em 12 capitais, duas cestas básicas em 5 capitais e nenhuma cesta básica em Florianópolis, a capital com o maior custo de vida do país.
Com o aumento para R$ 1.518 em 2025, a situação deve melhorar ligeiramente, mas o poder de compra do salário mínimo ainda será insuficiente para garantir o acesso a uma alimentação adequada em muitas cidades.
Perspectivas para o futuro: o desafio de garantir a valorização contínua do salário mínimo
O aumento do salário mínimo para R$ 1.518 em 2025 representa um passo importante na direção de uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto, é fundamental que o governo continue buscando políticas que garantam a valorização contínua do salário mínimo, com aumentos reais acima da inflação, para que o trabalho seja cada vez mais valorizado e todos os brasileiros tenham acesso a uma vida digna.
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